quinta-feira, 25 de maio de 2017

A segunda, a terceira tentativa e a dura realidade.


Recomecei com as estimulações , novamente Gonal 50 IU,  visitas à clínica para controlar o amadurecimento dos óvulos e nova inseminação. Da segunda conseguimos dois milhões e meio de espermatozoides. Mais do dobro da primeira vez! Estávamos tão contentes! Esperança renovada! 

Durante essas semanas tive alguns sintomas. Eu sabia que a medicação poderia causar tensão mamária e até algumas náuseas mas eu queria acreditar que eram sintomas precoces de gravidez. Se em cada tentativa tínhamos 20% de probabilidades de obter um resultado positivo e esta era a segunda, então 20+20=40. 

Até que fiz o teste de farmácia em casa e o resultado foi mais uma vez negativo. Foi difícil. Ainda por cima só tínhamos mais uma tentativa. A seguir ou continuavamos com as IIA pagas por nós ou passávamos directamente para a FIV. Também seria pago por nós mas pelo menos a taxa de sucesso seria superior.

Marcamos uma consulta com o especialista e falamos sobre estas tentativas falhadas, as nossas expectativas e tentamos compreender o que se passou. Ele deu-nos o exemplo de um dado: Nós queremos tirar um seis. Quantas mais vezes tentarmos, maior a probabilidade de acertarmos, mas não significa que algum dia seja possível de obter o número desejado.

Decidimos aumentar a dosagem hormonal de Gonal,  de forma a ter mais óvulos.
Queríamos ter o máximo de hipóteses do nosso lado. Fizemos uma nova tentativa que veio revelar-se mais uma nez negativa...

Desta vez foi muito difícil de aceitar. Um autêntico balde de água fria. Fiquei muito triste, desanimada, tudo aquilo que possam imaginar.

O meu marido reagiu muito mal. Discutimos muito. Choramos ainda mais. Tivemos o que se pode chamar de uma "crise". Ele achava que o facto de eu ser muito ansiosa poderia estar a prejudicar, e eu sentia como se ele estivesse a culpar-me. Eu estava a fazer tudo o que podia, como é que ele podia estar a insinuar isso?

Felizmente conseguimos chegar a razão e conversamos. Não podíamos deixar isso acontecer... Nós tínhamos de ficar mais fortes, mais unidos e não o contrário.  Senão não íamos conseguir. A partir desse momento consegui compreender aqueles casais que acabam por se separar depois de passarem por uma situação destas. É preciso ser muito forte. Aguentamos muita coisa, muitas decepções. Caímos muitas vezes e é muito difícil nos levantarmos depois de tantas quedas.

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